A resposta é: TUDO. Acabei de sair da apresentação da Barbarian + Cheil, onde foi apresentada uma versão real bem acabada da interface do “Majority Report”. Deu para ver que ainda não há muita precisão, mas deu para ter uma ótima impressão do que vem por aí. Eu particularmente acho que o impacto disso será muito grande. Talvez tão grande quanto foi a chegada das interfaces touch para as massas, que se deu fundamentalmente pelo sucesso de vendas do iPhone. Além de muito intuitivas – pelo fato de explorarem gestos humanos – elas facilitam enormemente a manipulação de uma grande quantidade de informações, de uma forma muito mais fácil e natural. Por isso mesmo causará uma ruptura, pois existentes modelos mentais de interação e navegação – até então definidos como padrão desde a primeira versão do HTML – precisarão se reinventar e se tornarão obsoletos ao longo do tempo.
No meio dessa nova onda revolucionária, que será seguramente rápida, há uma grande oportunidade antecipada para marcas: a de definir cuidadosamente e caprichosamente um guideline visual interativo, muito além dos aspectos que os botões devem ter. O que é isso? Na R/GA nos chamamos de “Sistema Operacional”. Da mesma forma que o guideline da marca define todos os aspectos visuais e estáticos, bem como as regras de aplicação que tornam consistente sua comunicação, o guideline interativo deve definir todas as propriedades interativas da marca, com o objetivo de criar propriedades de marca para todo e qualquer elemento interativo que uma determinada marca venha ter que desenvolver. Veja o exemplo do Facebook... Se você observar um único bloco de sua página, você imediatamente vai se identificar com a marca. Veja como é fácil identificar os elementos de interação do que eles chamam de “social plugins”, que estarão cada vez mais distribuídos entre os sites que você acessa diariamente. Quer mais um exemplo? Veja os elementos da interface do iPhone. É impossível não relacionar a marca as animações e transições da interface do produto, como aquela que acontece quanto você toca a capinha do CD do App do iPod. Agora pense um pouco o estado de evolução em que se encontra a nossa indústria brasileira com relação a isso: total falta de consistência, agravada ainda mais cada vez que a marca lança um produto e resolve, por exemplo, agregar um hotsite para ele – afinal, trata-se de um produto “importante” com toda uma identidade própria. Entendeu? Na medida que as pessoas estão passando muito mais tempo com sua marca em canais interativos, a definição e apropriação desses elementos de experiências interativas passa a ser ainda mais importante. O vídeo da demo da interface do Minority Report está logo mais:
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