[#quandoodigitalinvadeoreal]
Desde a idade da pedra aprendemos a combinar e moldar materiais para criar objetos que pudéssem garantir a sobrevivência da espécie. Nossos antepassados mais primitivos souberam aplicar muito bem seus conhecimentos de física e química para produzir “coisas”. Tudo para facilitar suas vidas. Ou melhor, as nossas! Enfim, é por isso que estamos aqui hoje. Apesar do compartilhamento de conhecimento de geração para geração, a produção desses objetos parecia também contar com a ajuda de habilidades criativas e braçais pré-programadas no cérebro. É como se o Homem já nascesse com um “hardware” embutido responsável por estimulá-lo criativamente nessas tarefas manuais. Essa intuição chega como herança para nossa geração, que subutiliza esse recurso diante de uma forte economia baseada em serviços e de uma rede repleta de recursos... como dizer? Não palpáveis!?
Ao longo dos últimos 10 anos, ignoramos essa força e migramos muito rapidamente nosso tempo – até então dedicado à atividades do mundo real – para atividades no mundo virtual. Em busca da eficiência, abandonamos a caneta, o papel e parte dos contatos sociais, que passa a acontecer virtualmente. Encontramos alternativas digitais para tudo: para o entretenimento, leitura, amizade, aprendizado e até para o sexo.
Em meio a essa rápida digitalização da vida e do mundo, me parece que “pequenas coisas” do mundo real começam a fazer falta. Uma das consequências disso é ver o aumento da quantidade de gente buscando cursos de pintura, culinária, costura, aeromodelismo, miniaturas, design de jóias, entre outras atividades, digamos assim, mais manuais e tangíveis. Nas agências de comunicação, cujo trabalho da maior parte das pessoas é 100% intangível (idéia ainda não tem peso, certo?) colecionamos brinquedos sobre as mesas e organizamos, durante a copa do mundo, grupos para troca de figurinhas. É como se estivéssemos buscando inconscientemente preencher esse vácuo deixado pelas coisas que deixamos de fazer, com atividades que possibilitem produzir e ver algum produto tangível de nossa criação.
Queira ou não, essa é uma realidade sem volta, não virtual e nem um pouco aumentada. Esse desejo pelas experiências físicas é algo que vai perseguir nossa raça até que as teorias de Charles Darwin se façam verdade em uma nova geração de bebês com firmwares ajustados ao nosso tempo. Enquanto isso não acontece, uma grande oportunidade se apresenta: a de usar o digital cada vez mais para melhorar o mundo real, buscando atender – simultaneamente – as necessidades de negócios de nossos clientes.
Essa fusão entre a infraestrutura física (hardware) e a digital (software+rede) está apenas começando, mas já está produzindo coisas muito interessantes e que inspiram a pensar ainda mais sem limites sobre esse assunto. Ao longo dos próximos posts eu vou tentar explorar um pouco mais esse assunto, listando alguns contextos que eu acho importantes e organizando junto com os pensamentos soltos, alguns exemplos.
Fabi, simplesmente genial!!!Puta idéia, daquelas com bordas arredondadas!
Posted by: Account Deleted | 10/07/2010 at 15:20